A rotina de sempre?
O dia tinha tudo para ser como todos os outros.
O despertador toca, desligo-o e enrolo mais uns minutinhos.
Levanto-me, atravesso o corredor, vou ao banheiro...
Alguém bate na porta. Àquela hora? Quem seria? Será que devo
atender? Contra minha vontade, me visto
ás pressas e atravesso o corredor para atender.
Ao abrir a porta, vejo uma multidão e um homem caído, ali, bem
em frente ao meu apartamento. Aquele corpo frio e rígido, quem seria. Meu Deus!
É um cadáver!
Ainda sonolenta, esfrego os olhos, mas o homem
continua caído. Gostaria que tudo aquilo fosse apenas um sonho.
Fecho a porta e corro para o telefone, ligo para a polícia.
Conto tudo de uma vez, a atendente parecendo não entender nada, ou não
acreditando no que ouve, pede para que eu repita. Desta vez, relato o
acontecido mais pausadamente e com mais detalhes.
Agora, resta esperar que os peritos chegassem. Tento ficar
calma com a situação. A vizinhança continua aglomerada na frente do meu
apartamento. Começam as perguntas para as quais não tenho respostas e que
também gostaria e muito de saber.
E eu que sempre respondia quando perguntada sobre como vão
as coisas: “A mesma rotina de sempre”, o que direi agora?
Gostaria que fosse a mesma rotina de sempre!
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