sábado, 27 de outubro de 2012

Crônica - Sônia Doná

A rotina de sempre?

O dia tinha tudo para ser como todos os outros.

O despertador toca, desligo-o e enrolo mais uns minutinhos.

Levanto-me, atravesso o corredor,  vou ao banheiro...

Alguém bate na porta. Àquela hora? Quem seria? Será que devo atender? Contra minha vontade, me visto  ás pressas e atravesso o corredor para atender.

Ao abrir a porta, vejo uma multidão e um homem caído, ali, bem em frente ao meu apartamento. Aquele corpo frio e rígido, quem seria. Meu Deus! É um cadáver!

 Ainda sonolenta, esfrego os olhos, mas o homem continua caído. Gostaria que tudo aquilo fosse apenas um sonho.

Fecho a porta e corro para o telefone, ligo para a polícia. Conto tudo de uma vez, a atendente parecendo não entender nada, ou não acreditando no que ouve, pede para que eu repita. Desta vez, relato o acontecido mais pausadamente e com mais detalhes.

Agora, resta esperar que os peritos chegassem. Tento ficar calma com a situação. A vizinhança continua aglomerada na frente do meu apartamento. Começam as perguntas para as quais não tenho respostas e que também gostaria e muito de saber.

E eu que sempre respondia quando perguntada sobre como vão as coisas: “A mesma rotina de sempre”, o que direi agora?

Gostaria que fosse a mesma rotina de sempre!

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